BC faz sexto corte na Selic e juros vão a 10,75% ao ano

BC faz sexto corte na Selic e juros vão a 10,75% ao ano

Autoridade monetária comunicou ainda que antevê redução da mesma magnitude na próxima reunião.

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) reduziu a taxa básica de juros, a Selic, de 11,25% para 10,75% ao ano na reunião desta quarta e retirou o plural da sua sinalização para os passos futuros da política monetária. Segundo o comitê, essa decisão considera que houve elevação de incerteza e “consequente necessidade de maior flexibilidade na condução da política monetária”

Dessa forma, a comunicação foi de que os membros do comitê anteveem uma nova redução de 0,5 ponto percentual “na próxima reunião”, se confirmado o cenário esperado. As decisões anteriores sobre a taxa Selic diziam “nas próximas reuniões” ao mencionar essa projeção. O Copom ainda ressaltou que o cenário-base “não se alterou substancialmente” e que a decisão por comunicar redução “na próxima reunião” foi unânime entre os membros do comitê.

A discussão sobre o “forward guidance”, essa sinalização para os passos futuros, já havia sido mencionada por membros do Copom em falas públicas nas últimas semanas. No comunicado, o colegiado ressaltou que essa é a condução apropriada “para manter a política monetária contracionista necessária para o processo desinflacionário.

No balanço de riscos da inflação, o comitê continua verificando fatores em ambas as direções, mas avalia que “as conjunturas doméstica e internacional estão mais incertas, exigindo cautela na condução da política monetária”. No comunicado de janeiro, a avalição era que a conjuntura, “em particular o cenário internacional”, seguia incerta.

Entre os riscos de alta, o Copom citou uma maior persistência das pressões inflacionárias globais e maior resiliência na inflação de serviços “em função de um hiato de produto [medida de ociosidade da economia] mais apertado”. Já os riscos de baixa incluem uma desaceleração da atividade econômica no mundo mais acentuada e impactos mais fortes do que que o esperado na desinflação global do aperto monetário sincronizado.

Sobre o cenário brasileiro, o Copom disse que “o conjunto dos indicadores de atividade econômica segue consistente com o cenário de desaceleração da economia antecipado pelo Copom”, assim como no comunicado anterior. Essa manutenção acontece mesmo com a divulgação de indicadores que mostram uma economia mais forte do que o esperado neste início de ano, como o resultado do varejo, dos serviços e do mercado de trabalho, que registraram resultados acima do esperado em janeiro.

O colegiado pontuou que “as medidas de inflação subjacente se situaram acima da meta para a inflação nas divulgações mais recentes”. Até a reunião de janeiro, o Copom dizia que as medidas de inflação subjacente “se aproximam da meta para a inflação nas divulgações mais recentes”.

Também houve uma pequena modificação na descrição do Copom sobre a inflação corrente. O comunicado que saiu na noite desta quarta diz que “a inflação cheia ao consumidor manteve trajetória de desinflação”. O comunicado anterior continha a mesma avaliação, mas notava que esse comportamento ocorria conforme o esperado: “a inflação cheia ao consumidor , conforme esperado, manteve trajetória de desinflação.”

O Copom manteve o trecho sobre a “importância da execução das metas fiscais já estabelecidas” para a ancoragem das expectativas de inflação e para a política monetária.

As projeções de inflação do Copom não se alteraram em relação a janeiro. A estimativa continua em 3,5% em 2024 e 3,2% em 2025. A meta para os dois anos é de 3% com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual. Já a projeção para preços administrados subiu de 4,2% para 4,4% em 2024 e de 3,8% para 3,9% em 2025.

No cenário externo, o Copom passou a avaliar que o ambiente volátil é marcado pelo debate sobre “a velocidade com que se observará a queda da inflação de forma sustentada em diversos países”. No comunicado anterior, o comitê disse que os debates eram marcados “por sinais de queda dos núcleos de inflação”, que ainda estavam elevados em diversos país. O restante da avaliação sobre o cenário externo se manteve.

Fonte: Valor Econômico, Março/2024.

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