Estudo analisou as 231 profissões mais comuns, responsáveis por 80% dos empregos formais, e identificou 29 delas com saldo negativo de admissões.
Um estudo da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) aponta que a profissão de motorista de ônibus urbano ocupa o topo do ranking das ocupações mais indesejadas pelos trabalhadores nos últimos cinco anos, mesmo com um aumento salarial superior à média do mercado. O estudo, feio à pedido do Jornal Estadão, analisou as 231 profissões mais comuns, responsáveis por 80% dos empregos formais, e identificou 29 delas com saldo negativo de admissões.
Profissões menos desejadas pelos brasileiros
- Motorista de ônibus urbano
- Gerente de restaurante
- Supervisor de telemarketing e atendimento
- Conferente de carga e descarga
- Operador de empilhadeira
- Costureiro, a máquina na confecção em série
- Operador de máquinas fixas em geral
- Apontador de produção
- Professor de ensino superior na área de prática de ensino
- Costureiro na confecção em série
O que explica baixa procura?
O economista da CNC, Fabio Bentes, explicou ao Estadão que a pandemia acelerou mudanças no mercado de trabalho, destacando profissões que já enfrentavam extinção ou dificuldades de empregabilidade.
— É como se o sujeito estivesse se recusando a trabalhar ou não tivesse interesse de ocupar a vaga, mesmo diante de um aumento significativo do salário médio de admissão — diz.
Além de motoristas, outras profissões enfrentam desafios semelhantes. Garçons, gerentes de restaurante e costureiras também estão entre as funções de difícil preenchimento. Restaurantes, por exemplo, relatam rotatividade alta e dificuldade em formar gerentes, já que muitos preferem atuar como freelancers.
No setor de panificação, a profissão de padeiro é cada vez menos procurada devido ao trabalho frequente aos domingos e feriados, levando muitas padarias a automatizar processos e contratar aposentados para preencher lacunas.