
Os economistas subiram as previsões para a taxa de juros, o dólar, a inflação e o PIB (Produto Interno Bruto) neste ano.
No boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira (6), os analistas elevaram a Selic para 15% no fim deste ano. Na semana passada, a previsão estava em 14,75%. Já nos dois próximos anos, a perspectiva foi mantida em 12% (2026) e 10% (2027).
O BC volta a se reunir neste mês para mais uma decisão de política monetária, tendo sinalizado em dezembro do ano passado que elevará a taxa de juros em 1 ponto percentual em cada uma de suas próximas duas reuniões.
Em dezembro, o Copom decidiu acelerar o ritmo de aperto nos juros ao elevar a taxa Selic em 1 ponto, em decisão unânime de sua diretoria, indo para 12,25%.
O dólar deve fechar em R$ 6 neste ano, de acordo com o mercado. É a primeira vez que a moeda alcança este patamar no boletim Focus. A cotação estava em R$ 5,96 na última semana.
A inflação também subiu, indo de 4,96% para 4,99%. A perspectiva do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) ainda foi elevada em 2026 (de 4,01% para 4,03%) e 2027 (de 3,83% para 3,9%).
Por fim, o PIB foi outro indicador que teve alta, sendo elevada de 2,01% para 2,02%. Já a expectativa para os dois anos seguintes permaneceu em 1,8% (2026) e 2% (2027).
As alterações nas projeções ocorrem mesmo após uma semana de agenda vazia e falta de notícias, com as novas projeções indicando que o pessimismo do mercado em relação à economia brasileira, como demonstrado nos últimos meses do ano passado, deve permanecer.
A principal preocupação dos agentes financeiros segue sendo a trajetória das contas públicas, particularmente após o anúncio no fim de novembro de um projeto de reforma do Imposto de Renda pelo governo que ofuscou a apresentação de medidas de contenção de gastos.
Mesmo após todos os projetos fiscais do Executivo terem sido aprovados pelo Congresso e o debate sobre a reforma do IR ter sido adiado, investidores tem fornecido pouco alívio aos preços dos ativos brasileiros, que despencaram em meio à incerteza fiscal.
Fonte: Folha de São Paulo, Janeiro/2025.